quinta-feira, 22 de março de 2012

Saudade batendo forte...

Notícias do lado de cá... estamos caminhando, e tenho certeza de que sempre estaremos caminhando com sua proteção e benção... estamos indo, traçando nossa história, construindo o futuro das crianças, cuidando, educando, respeitando e amando muito uns aos outros... seguimos... a vida deve seguir seu curso... Ontem chamei muito por você, mãezinha... meu coração pedia por um toque, por ver aquele sorriso descontraído e querido que tanto nos alegrava... sentir sua presença, seu jeito de cuidar, seu cuidado em nos agradar, ouvir sua voz, contar como está sendo meu dia... pensei tanto que sonhei... no meu sonho, seu sorriso de sempre, sua alegria de sempre e acordei em prantos... de saudades... acho que é assim, a saudade fica sempre batendo à nossa porta, às vezes com mais intensidade, como ontem...
Saudade de Mãe Pe. Fábio de Melo Coloquei o filtro da arte naquela cena comum, e a luz - que até então estava escondida -, veio surpreender-me com seu poder de claridade. A mulher simples, mãos calejadas de lida rotineira, mulher que aprendeu a curar as dores do mundo a partir de meus joelhos esfolados de quedas e estrepolias. Aquela mulher, minha mãe, rosto iluminado pela labareda que tinha origem no fogão de lenha. Trazia consigo o dom de me devolver a calma, que a vida tantas vezes insistiu em me roubar. Aquela cena: mulher, fogão de lenha, panela preta escondendo a brancura de um arroz feito na hora. É uma das cenas mais preciosas que meu coração não soube esquecer. Saudade de mãe é coisa sem jeito, chega quando menos imaginamos: um cheiro, uma melodia, uma palavra... uma imagem, e eis que o cordão do tempo, nos convida ao retorno da infância. Como se um fio nos costurasse de novo ao colo da mulher que primeiro nos segurou na vida e agora nos pudesse regenerar. Saudade de mãe é ponte que nos favorece um retorno a nós mesmos; travessia que borda uma identidade muitas vezes esquecida, perdida na pressa que nos leva. Saudade de mãe é devolução, é ato que restitui o que se parte; é luz que sinaliza o local do porto, é voz no ouvido a nos acalmar nas madrugadas de desespero e solidão, através de uma frase simples: Dorme meu filho! Dorme! Hoje, nesse dia em que a vida me fez criança de novo, neste instante em que esta cena feliz tomou conta de mim, uma única palavra eu quero dizer: Oh minha mãe, que saudade eu sinto de você!

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